domingo, 21 de outubro de 2007

Amor indefinido



Busco, em meio aos arabescos e rabiscos,
novos versos, para te cantar.
A mim, tu guias como a um cego
perdido em canteiro de sons e cores,
levado pela cheiro suave dos teus grandes riscos.
Embalsamo meu íntimo alucinado, meu ego
com teu incenso perigoso de almíscar.
Os segredos guardados na solidão da lua,
despem-se em sorrisos e provocantes olhares.
O coração perde-se de si mesmo,
a andar a esmo, com sua rota indefinida.
A vida, então, subverte-se à regra do não sofrer.
Conduz o nada ao tudo, a chegada à despedida.
Abre-se, num compasso, o passo incerto
à distância perdida e, do que não se faz,
a alma em pedaços, em farrapos, arrependida.

Simbiose do autor com seu próprio texto